sexta-feira, 8 de abril de 2016

Ela tem uma foto minha, e eu já posso imaginar, o que faz quando está sozinha

As pessoas gostam muito de falar em tempos líquidos, ou seja, Bauman escreveu um livro com este título, onde o sociólogo procura demonstrar como vivemos com o medo, com a insegurança nas grandes cidades, desemprego, solidão e por ai vai. Baseando no mesmo princípio o autor escreveu outros livros com a mesma premissa de “liquidez”, Modernidade Liquida, Vida Liquida, Medo Liquido, e o Amor Liquido. Neste último o sociólogo procura demonstrar como estamos frágeis com nossos laços com outras pessoas. Ao mesmo tempo que temos a nossa disposição toda a tecnologia que nos faz aproximar, ao mesmo tempo não conseguimos manter laços profundos. O sociólogo entende que para o bem da humanidade as pessoas deviam terem relações mais estáveis, mais profundas, entretanto não é assim que as coisas caminham, a mesma tecnologia que abre as portas nos fecha interiormente. E na maioria das vezes preferimos a solidão do nosso quarto.

As pessoas procuram nos dias de hoje buscar relacionamentos via internet, em bate-papos, chats, redes sociais, e aplicativos dos mais variados. Alguns por solidão mesmo, por carência, e outros apenas para melhorar sua rede de contatos, e achar alguém com a disponibilidade tão liquida quanta a sua.

Não nego, as vezes ou outras pode-se sim até encontrar pessoas interessantes. As vezes pessoas que nunca se viram, as vezes vislumbraram uma foto, que pode até ser antiga, ou de outra pessoa, um perfil as vezes meio verdadeiro acaba conversando e surge uma “química virtual”, onde as palavras de um correspondem com as do outro.

Num encontro real, quase sempre a visão é o primeiro caminho para um relacionamento, no campo virtual, as vezes o que mais importa são as palavras colocadas, talvez algum assunto em comum, trechos de um livro, uma causa, um lugar, até uma música. Tudo isso acaba aguçando o sentindo do outro, e por vezes daí surge algo mais do uma simples curtição, surge um pouco mais, as vezes de um lado só, e as vezes dos dois lados.

Nem todos acreditam muito nisso, que pessoas que nem se conheçam podem ter um sentimento forte, podem realmente sentir o “amor” pela outra pessoa. As vezes entre as duas pessoas, uma acredita demais, sofre por isso, enquanto a outra não pode acreditar que possa ser verdade, que alguém que nunca se viu olho no olho pode realmente amar alguém.

Nos dias de hoje, com a facilidade das redes sociais e dos aplicativos, além dos textos as pessoas podem trocar fotos. Até se conhecerem melhor, podem tentar se entenderem, podem falar on-line por vídeo. Ou seja, já não dá pra se esconder num anonimato.

Em alguns casos estas pessoas vão em frente, se conhecem, e por vezes chegam inclusive a conviver. E então, por mais que se esforcem, por mais que desejam, a convivência nem sempre será como era no virtual, talvez tragam os mesmos problemas, mas no real estes problemas tomam volume expõe de forma inequívoca as reações, as esperanças, os desejos e principalmente as inseguranças.

Quem sou eu para discordar do Zigmunt, mas, não concordo com esta história de amor liquido, ou relações liquidas. Existem pessoas destinadas (pré) para algum tipo de relacionamento e outras para outros. Sempre foi assim, e sempre será, os aparatos tecnológicos apenas ajudam a potencializar os efeitos.



Plan B - Fanatica Sensual




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