Isto não quer dizer que já agora a minha não esteja
falhando. Não se trata de Alzeimer, mas tem muitas coisas que a nossa memória
falha com prazer, em outros casos não fazemos questão nenhum de relembrar e
também as vezes temos aqueles apagões, de não saber da chave, do celular e
outras “coisitas” básicas.
Quando era criança e meus avós ainda vivos, escutava muito
as conversas das “tias”, “porque eles estavam caducos”. Nos dias de hoje nem
utilizamos muito esta expressão, deve ser também “politicamente incorreto”,
afinal vivemos outros tempos que tratamos isto de forma diferente e o nome mais
correto hoje é Alzeimer.
Quando não acometidos de alguma doença a maioria de nós
apesar da perda de neurônios ainda conseguimos conservar muito melhor nossa
mente do que o corpo, e quantos não gostariam de uma transmutação de corpo,
preservar o cérebro, a alma, a nossa essência em um outro corpo mais novo, e
poderíamos dizer que agora com toda esta experiência adquirida e com um novo corpo
seriamos “melhores”, ou não.
Nos dias atuais o envelhecimento se torna mais natural,
neste caso mais pessoas chegam a idades avançadas com uma melhor qualidade de
vida, e envelhecer é para mais gente. Mas temos que convir que apesar desta
“naturalidade” toda, envelhecer ainda tem vários inconvenientes, a mobilidade
se torna mais complicada, ainda não existe uma conscientização de todos com os
idosos, as próprias famílias ainda renegam o idoso em favor do jovem, dão uma
preferência natural, afinal os filhos substituem os pais e a importância já não
é a mesma. Alguns que ainda podem, conseguem se manter com alguma dignidade,
outros além não ter nem a dignidade ainda com a parca aposentadoria tem de
ajudas os mais jovens. E assim caminha a humanidade.
Não tenho a mínima ideia, ainda tenho o complexo de
super-homem, acreditando que nenhum mal irei sofrer, eu sei que a ficha uma
hora cai, mas as vezes ainda penso, e quando a minha memória começar a falhar?
Quando a minha locomoção não for mais a mesma? Quem ainda estará comigo?
Ou, quem sabe, não vou chegar a tanto e nem vou precisar
descobrir.
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