Não necessariamente assim, mas, a viagem é boa, nos sentimos
bem na estrada, afinal a viagem em si é uma viagem, o destino nem sempre é o
que mais importa, mas num determinado momento sentimos saudade de nossa casa.
Assim é a vida, as vezes amamos muito, mas deixamos ir,
deixamos escapar pelos dedos então voltamos a falar aquele clichê, “éramos
felizes e não sabíamos”, porque só conseguimos delimitar o quanto quando
perdemos alguém.
Então neste momento a sua mente começa a “inventar” várias
situações, começa a sonhar com o que era e o que poderia ser. Ao mesmo tempo
não consegue entender o motivo de estarem longe, afinal o que um faz quando
está longe um do outro. Mil fantasias transbordam pelos poros e a mente mente, além
de iludir e criar situações dignas do surrealismo de Salvador.
Quando estamos juntos abdicamos de muita coisa ou
simplesmente atropelamos muitas coisas, acreditamos que o simples fato de estar
lado a lado é o bastante para preencher as lacunas de qualquer relacionamento. Temos
o péssimo costume de acreditar que um relacionamento se completa pelo simples
fato de estarem juntos, dormirem na mesma cama, tomarem o café juntos. Isto é
apenas a propaganda, precisamos deixar de prestar atenção nas formigas tendo um
elefante na sala.
“Só sabe que a ama quando a deixou ir”. Passenger – Let her Go
Isto não quer dizer que já agora a minha não esteja
falhando. Não se trata de Alzeimer, mas tem muitas coisas que a nossa memória
falha com prazer, em outros casos não fazemos questão nenhum de relembrar e
também as vezes temos aqueles apagões, de não saber da chave, do celular e
outras “coisitas” básicas.
Quando era criança e meus avós ainda vivos, escutava muito
as conversas das “tias”, “porque eles estavam caducos”. Nos dias de hoje nem
utilizamos muito esta expressão, deve ser também “politicamente incorreto”,
afinal vivemos outros tempos que tratamos isto de forma diferente e o nome mais
correto hoje é Alzeimer.
Quando não acometidos de alguma doença a maioria de nós
apesar da perda de neurônios ainda conseguimos conservar muito melhor nossa
mente do que o corpo, e quantos não gostariam de uma transmutação de corpo,
preservar o cérebro, a alma, a nossa essência em um outro corpo mais novo, e
poderíamos dizer que agora com toda esta experiência adquirida e com um novo corpo
seriamos “melhores”, ou não.
Nos dias atuais o envelhecimento se torna mais natural,
neste caso mais pessoas chegam a idades avançadas com uma melhor qualidade de
vida, e envelhecer é para mais gente. Mas temos que convir que apesar desta
“naturalidade” toda, envelhecer ainda tem vários inconvenientes, a mobilidade
se torna mais complicada, ainda não existe uma conscientização de todos com os
idosos, as próprias famílias ainda renegam o idoso em favor do jovem, dão uma
preferência natural, afinal os filhos substituem os pais e a importância já não
é a mesma. Alguns que ainda podem, conseguem se manter com alguma dignidade,
outros além não ter nem a dignidade ainda com a parca aposentadoria tem de
ajudas os mais jovens. E assim caminha a humanidade.
Não tenho a mínima ideia, ainda tenho o complexo de
super-homem, acreditando que nenhum mal irei sofrer, eu sei que a ficha uma
hora cai, mas as vezes ainda penso, e quando a minha memória começar a falhar?
Quando a minha locomoção não for mais a mesma? Quem ainda estará comigo?
Ou, quem sabe, não vou chegar a tanto e nem vou precisar
descobrir.
E assim era, a sua amada para ele era tudo. Podia ser
paixão, podia ser amor, não importa o nome que se dê para um sentimento, porque
o que basta é poder falar sem a palavra, expressar o sentimento, enfim sentir
toda esta emoção é muito melhor.
Ele as vezes não acreditava que aquilo era de verdade, as
vezes parecia um doce sonho, e que poderia acordar a qualquer momento, mas, se
um sonho fosse poderia até dormir para sempre.
Depois que a tinha conhecido, o mundo ganhou outras cores,
literalmente falando inclusive, tudo isto mexe com a química do corpo, os olhos
conseguem ver o que não via antes, o olfato melhora, o paladar consegue
distinguir novos gostos, e o sorriso que era contido aos poucos fica mais
saliente, espontâneo, naturalmente natural.
Neste momento a vida parece eterna, ela para ele era para
sempre, clichê, tudo bem, é assim. Ele acreditava em para sempre, nem que fosse
por alguns segundos.
Então, por vezes ele esperava que amar demais fosse um
defeito, as pessoas nem sempre estão acostumadas com excessos, acaba assombrando,
acaba demonstrando fraquezas, dependências e hoje quem precisa disso? Então, a
palavra da moda, eles viviam em “tempos líquidos”, pouco para a se fixar.
Todo dia era a mesma coisa, ela acordava, olhava para o lado
e ele lá estava, ainda dormindo. Ela respirava e ficava olhando, talvez quem
sabe velando o seu sono, ou como na música tentando de alguma forma olhar para
dentro de sua cabeça e imaginar no que ele sonhava, talvez fosse algo bom, o
seu rosto estava tranquilo, mas será que era com ela que ele sonhava?
Ela precisava muito deste amor, e ele tinha que sempre está
um passo à frente, precisava muito desta demonstração de amor e de carinho e se
possível isso fosse levado aos extremos, imaginava que ele fosse assim como ar
que respirava, era essencial, imprescindível, ele era o dia e a noite, o pulsar
do seu coração, a única coisa importante, o resto não importava.
Era a alegria, a coragem e também o medo, mas, o desejo
latente de voar, ganhar os céus, percorrer caminhos, ele era esta força, a
força vital.
Ela precisava deste amor, sempre, contínuo, tudo passava a
ser diferente, era imenso, a sua presença já não era o bastante, e a sua
ausência era o caos. Imaginava não saber mais viver sem ele.
Ele abriu os olhos, um sorriso calmo se abriu, fitou os
olhos por uns instantes e como sempre lhe deu um beijo de bom dia, um abraço
forte e se não disse ficou implícito que a amava. E ela então mais uma vez
entendeu que ele jamais a amaria como ela, e por um momento se sentiu a mais
infeliz das mulheres.
Era o seu primeiro ano estudando no período noturno, sem
dúvida mais uma aventura, afinal não era apenas para mudar de turno, chegava a
hora de trabalhar, afinal dezesseis anos era o limite máximo para que a boa
vida acabasse, com isso a partir daquele momento tudo passaria a ser diferente.
Aos poucos, logo de início começou a observar uma menina da
mesma idade, mas, como sempre foi, as mulheres desenvolvem muito mais rápido, e
apesar da mesma idade, ela já era uma mulher e ele, bem, se achava ainda um
moleque. Mas, era uma colega de turma, estavam juntos, faziam trabalhos,
estudavam, este era o limite.
Isto não impedia de admira-la, pele muito branca, cabelos
curtos negros, um rosto arredondado, uma voz calma, assim como um comportamento
discreto, mas o mais importante e talvez aquilo que chamava mais a sua atenção,
lhe prendia pelo olfato, o cheiro que ela exalava pela pele proveniente do
local onde trabalhava, inebriante, o cheiro não a largava e era um cheiro bom.
Pode ser até que tenha sido o odor que ela tinha, o fator
determinante para diferenciá-la e fazer com que ela fosse única em seus
pensamentos, se imaginava meio bobo, afinal nunca tinha sentido isto antes, e
pensava vai ser hoje “ Vou dizer o que sinto”.
E o dia chegou, tinha que ser este, já havia demorado muito,
hoje ele venceria a sua timidez, iria ultrapassar as barreiras e olha-la bem
nos olhos e dizer que gostava dela e se ela queria namorar com ele.
Nesta noite, pouco antes do intervalo, a energia elétrica
teve uma pane, as luzes se apagaram, e na penumbra, entre um fósforo ali
riscado, uma vela acesa, ele pode deslumbrá-la, naquela noite ela estava mais
linda que outros dias, dentro de um vestido branco poderia ser reconhecida até
mesmo na penumbra, e mais que depressa ele se dirigiu ao encontro dela, era
agora ou nunca ..... e a poucos passos de alcançar seu objetivo um outro cara,
com outro estilo, mais descolado, sem papas na língua, o arruaceiro da sala e
ao mesmo tempo o cara que queria ser o “cara” que todas meninas queriam tê-lo
por perto, chegou antes, e aproveitando a escuridão lhe beijou na boca e ela
correspondeu.
Neste momento a energia voltou, e ela se recompondo olhou
para ele, enquanto o outro continuava seu caminho, os seus olhos mostraram que
no fundo sabia o que ele sentia por ela, e disse meio que se desculpando e
respondendo a um pedido nem realizado, se ele quisesse no dia seguinte eles
podiam conversar. Ele, apenas esboçou um sorriso e continuou andando indo pra
algum lugar que não tinha planejado.
Depois deste dia, na verdade ele apenas sabe que ela
existiu, mas não tem mais nenhuma lembrança dela depois deste dia. E assim foi, assim é ....
Quando se fala em sobre peso, tanto homens como mulheres
sofrem com isso. Entretanto a mulher acaba sentindo de uma forma diferente,
poderia até dizer que ela sente mais, por ela mesma e pelos outros.
Quando a mulher é nova, as vezes alguns quilos além do é
considerado normal, aquele negócio de IMC, a mulher se olha vê um pouco de
excesso, mas ela até acha legal, se sente gostosa, principalmente quando usa
uma roupa justa, apertada, acredita e é real, atrai os olhares masculinos, porque
os homens além da beleza física, são atraídos por um “corpão” mesmo que esteja
um pouco acima do peso, claro, a maioria não admite mas gostam.
Porém, tudo é uma consequência, algumas mulheres tem algo
genético, que pode ser até distante mas faz com o seu metabolismo trabalhe de
certa forma que a tendência a engordar passa a ser “natural” com a idade,
outras tem algum tipo de disfunção em alguma glândula, e várias outras
disfunções da vida moderna, como não dormir bem, comer de forma distraída,
muita ansiedade e estresse, sedentarismo, comer rápido, beber pouco liquido e
outras tantas, claro não podemos esquecer o mais importante, comer muito e mal.
Então, a maioria diz que não liga, e nem sempre é verdade,
ligam sim, gostariam sem maiores sacrifícios ter um corpo mais delineado, sem
excessos, baixar de um manequim 50 para algo próximo do 40, ter a autoestima de
volta, se sentir melhor, mais bonita, mais saudável. Mas, a luta é dura, é
complicada, é penosa é quase como se livrar de um vício, do crack. Tem de ter
foco, ter vontade, persistência e acima de tudo contar com alguém que
incentive, que ajude, que discorde, que de uns puxões de orelha.
E como no crack, fica ainda sujeita a recaídas. Então, uma
verdade, todas as mulheres gostariam de estarem bem, nem gorda nem magra, mas
se sentirem bem com o seu corpo, e ter a certeza que continuam femininas e
sensuais, nãos para os outros, mas para elas mesmas.
Muitos. Quase todos amores são problemáticos, pelo simples fato que
a maioria das pessoas confundem o amor com a paixão. E quando a paixão esfria e dá lugar (ou não)
a outro sentimento as pessoas entendem que o amor acabou, ou está ruim, ou não
vale a pena.
Se fossemos eleger uma playlist dos sentimentos ele seria o
fodão, sempre estaria na primeira colocação, afinal o amor é o mestre, é hour
concour, não tem pra ninguém, os demais sentimentos estão a quilômetros de
distância devido a importância que damos ao mesmo ou na verdade carregamos ele
para esta posição, e talvez nem sempre ele iria merecer todo este destaque.
Naquele momento de paixão onde se passa noites sem dormir,
tudo é perfeito, não existe defeitos, as diferenças são todas suportáveis, o
mau humor não existe, nem manias, afinal tudo é bonito e maravilhoso, é
possível fazer sexo todas as noites (e dias) e o sonho Doriana parece ser para
a vida inteira. Paixão é química, e não
dura a vida inteira, tem tempo certo, e neste momento tem de saber substituir
esta química por outro sentimento, onde é quase tudo o contrário, tem de se
suportar, tem de ver as imperfeições, resolve-las. Então neste momento antes de
chamar o sentimento de amor, temos de chama-lo de coragem. E quantos estão
dispostos a encarar?
Então como diria um antigo apresentador de televisão,
citando um provérbio português. “É neste momento que quero ver quem tem
garrafas vazias para vender. ”
Já dizia Fernando Pessoa. Claro, o poeta quando escreveu
isto e tratou a alma provavelmente no tocante aos sentimentos de um indivíduo,
na forma como ele enxerga a vida, ou seja, o que importa, o que vale para um
pode não dizer nada para o outro. Ou seja, quem tem “alma” nobre, bonita,
“grande” então além de tudo é um grande otimista. Bem, como tudo tem dois lados
pode ser também interpretado que a pessoa neste nível se contenta com muito
pouco, ou seja, para ela tudo acaba valendo a pena, pouco está bom, mais ou
menos também vale, nada também. Sei lá.
Quem sou eu para analisar Fernando Pessoa, e muito menos o
que ele quis dizer com os seus versos. “Valeu a pena? Tudo vale a pena se alma
não é pequena”. Só quem passou por muita coisa de bom e de ruim talvez possa
entender o significado dos seus versos.
Mas, voltando ao nosso mundo real, longe da terrinha, as
vezes temos de ter melhores critérios em definir aquilo que vale ou não a pena,
independentemente do tamanho de nossa alma, porque no nosso caminho o tempo
acaba ditando a trajetória e a cada passo que damos o caminho se torna mais
curto, mais difícil de fazer mudanças, então nossas escolhas acabam sendo de
fundamental importância para que consigamos não encontrar a felicidade, isto é
utopia, mas conseguir o equilíbrio.
Dentro do conceito filosófico e psicológico existem duas
correntes extremamente distintas quando se trata deste assunto. Devemos dar uma
segunda chance? Devemos acreditar em uma segunda chance? Quando pedimos e somos
agraciados com uma segunda chance vamos realmente fazer tudo diferente, ou não?
Bem, uma linha mais liberal que provavelmente tenha como
base alguns capítulos da Bíblia é categórica em afirmar que o ser humano está
num completo estado de evolução, em todos os aspectos, inclusive espiritual,
ético e moral. Onde os Espiritas acreditam que somos almas em processo de
evolução e para tal temos de morrer e renascer várias vezes em muitos corpos
para continuar nosso aprendizado, onde uma vida só seria muito pouco. (Tem uns
e outros que nem em 100 vidas, mas esta é outra história).
Esta linha determina que não devemos julgar e penalizar o
outro pelo seu passado, pelos erros cometidos, e não acreditar que ela possa
mudar é não acreditar na evolução do indivíduo. Então esta linha é simples e
clara, todos merecem mais de uma chance na vida, todos podem mudar, todos podem
melhorar.
A outra linha filosófica, conservadora diz exatamente o
contrário. Não se acredita em segundas chances, porque nada volta a ser como
antes, as pessoas não mudam (teoria do Dr. House), quando se erra, mesmo depois
querendo acertar a marca já ficou, quando se perde uma oportunidade jamais se
consegue ela de novo.
Nem tanto ao céu, nem tanto a terra, eu fico no meio (neste
caso não se trata de mediocridade), precisamos se conhecer a nós mesmos,
autoconhecimento, e entender que tem coisas que realmente não tem volta e nem
podem ser mudadas, ter a sabedoria para entender e na outra ponta entender
também que as pessoas podem sim aprender com os erros, podem se arrepender,
tentar de novo, e encontrar potencial para mudar, fazer diferente.
Como diria São Francisco “ Senhor, dai-me força para mudar o
que pode ser mudado... Resignação para aceitar o que não pode ser mudado... E
sabedoria para distinguir uma coisa da outra. ”
A gente até que não queria, até que não gostaria, mas, mais
ou menos como os índios fomos aculturados por outras nações, necessariamente
não povos mais inteligentes, mas com cultura tipo exportação (necessariamente
não que seja boa) apenas pelo simples fato de ser norte americana para os
“macaquitos” aqui bastava.
Novamente sou obrigado a fazer uma ressalva, não estou
dizendo que certas coisas são ruins ou boas, principalmente quando se fala de
música e seus ritmos, tem gosto para tudo. A questão básica que muita coisa que
vem lá de fora, nós consumimos com gosto, inclusive músicas de “rap”, cantamos,
assobiamos, e no fundo nem sempre sabemos a letra.
No caso específico deste rap com certeza não estaria
cantando, talvez até ouvisse no rádio, mas não faria o meu gênero de ritmo, se
é que vocês me entendem.
Bem, fui dá uma olhada na letra deste rap do jovem americano
que tem por nominação Silento, que chegou a estar na parada americana Billboard
como a terceira colocada entre as 100 mais, bem, pode ser que pra eles seja
maravilhosa, mas para nós “macaquitos” não soa nada bem.
Então, para quem gosta de comer as coisas simplesmente pela
embalagem, um curso de inglês vai bem, então nunca é tarde, nem para mim, temos
de aprender a língua no nossos “aculturadores”.
Tinha passado algum tempo, desde a última vez que estiveram
juntos, ela ainda, até aquele momento acreditava que havia uma esperança, mesmo
tudo estando contra, mas como diz o ditado, a esperança é a última que morre,
uma pena, mas chegamos a triste conclusão que pode ser a última, entretanto
morre.
Já estava decidida, tudo já estava terminado, por incrível
que possa parecer ela sabia que o amor entre eles era grande, que ele a amava de
verdade, e ela também o amava muito, tinha certeza disto, mas também sabia que
para um relacionamento de certo “só o amor” não bastava. As vezes em certos
casos, os complementos têm um valor bem maior do que o sentimento em si.
Então pouco antes do final do ano, um pouco antes da muvuca
toda, de forma despretensiosa resolveu promover um jantar com poucas pessoas,
um jantar quase íntimo, onde se passou o tempo com uma boa comida, bom vinho e
muita conversa “desconversada” sobre tudo e sobre nada, que a intenção não
fosse relembrar o passado e nem falar do futuro, apenas amenidades regadas com
uma certa sofisticação discreta, apenas perceptível para ela mesma que se
tratava de uma festa de despedida.
E seguindo o plano de forma muito competente e planejada, sem
alardes e sem despedidas diretas, que ficou tudo muito bem “subentendido”.
E assim foi, e assim é, se você não decide o seu destino
pode ter certeza que ele será decidido por outra pessoa.
Mais uma vez era o último dia do ano. Como sempre sua
família gostava de reunir os amigos, comemorar o início de um novo ano com um
pouco de comida, bebida, música e como sua mãe dizia, muita alegria.
Pouco depois das nove horas e os amigos começavam a chegar, e
já partiam para um copo de cerveja, e petiscar alguma coisa, conforme as horas
passavam os sorrisos passavam ser mais escancarados, a conversa já ficava mais
alta, o som aumentava, e ela também com um copo na mão, bebia pouco, mas também
ria, afinal o seu sorriso sempre foi muito interessante, o seu costumeiro batom
vermelho realçava ainda mais a sua boca quando sorria discretamente e iluminava
o ambiente quando de uma gargalhada, que era um tanto raro.
Então ela tentava se afastar um pouco da multidão, se
distanciava um pouco de tudo, afinal daqui a pouco tempo todos iriam se abraçar
como se fosse a maior felicidade do mundo, o tic tac do relógio iria avisar que
era meia noite do último dia ou primeiro do ano. Com o copo de cerveja na mão, aliás ainda o
primeiro, pensava que aquele já era o terceiro ano que vivia aquela situação
longe de quem amava, ou pensava que amava, apesar de todos os amigos, de toda a
multidão, ela estava só no meio de tanta gente.
Olhava o horizonte, e lá longe podia ver já alguns fogos
riscando o céu, e tentava imaginar onde agora poderia estar, lembrava de um dia
como aquele, último dia do ano tinha passado com ele, mas foi a única vez.
Tomando mais um gole da cerveja já quente foi se aproximando
de todos e a contagem regressiva tinha começado e com o previsto todos se
abraçavam e desejavam um feliz ano novo, alguns sinceramente, outros apenas
para cumprir o papel e ela entre um abraço ou outro, aproveitando aquele momento
dizia para ela mesmo que este tinha sido a última passagem de ano que estaria
naquela condição. Promessas de ano novo.
Algumas acabam sendo cumpridas, mesmo que depois venha o
arrependimento.
Pedra é pedra, pau é pau. Falar dos outros é muito mais
fácil, é interessante observar os defeitos ou aquilo que entendemos como não
sendo correto dentro de nossa ótica. Estes detalhes nos outros se destacam de
forma rápida, pouco tempo da companhia de alguém e já vamos identificando
detalhes que não gostamos.
Agora na maioria das vezes não conseguimos observar nossas
deficiências, detalhes que nos impedem de interagir com outras pessoas,
detalhes que nos fazem parecer antipáticos, detalhes que nos fazem não ser a
personagem de destaque, ou mesmo o funcionário do mês. Em alguns casos, nem
todos conseguimos entender o motivo, e sabemos que assim somos, as vezes até
nos esforçamos para parecer melhores, mas na maioria das vezes soa forçado
mesmo e por outras nem tentamos, assumimos o defeito e sabedores que vezes ou
outras irá nos causar problemas.
Então, vamos lá, vamos fazer um “mea culpa”, tem certas
coisas na minha vida, outras não, que fico me identificando com a música do Djavan
“se”, as vezes quero que fique, as vezes quero que vá, acredito que quando você
toma um caminho tem de segui-lo, então em determinados momentos de minha vida,
pesou muito minha indecisão. Às vezes você tem certeza que está tomando o
caminho certo e no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do
caminho, “se” não tinha, alguém trouxe para que eu tropeçasse e aquela minha
certeza fosse colocada em dúvida.
Mudar para alguns é fácil, para outros é uma tortura. Não
que para mim seja, mas não fico à vontade com mudanças, exatamente porque nas
vezes que mudei, tropecei. E quando não mudei e precisava, perdi. Então as
vezes acho que o melhor de tudo é se mexer pouco.
Bem, como dizem os entendidos estudantes e professores da
“alma”, Freud explica, ou pode tentar. Quem sabe para mim ainda haja esperança,
ou não.
Nestes dias conturbados, de esperanças e desesperanças, onde
as pessoas buscam de forma quase insana a felicidade, outras tantas buscam
entender o amor. Buscam na religião, buscam no consultório do psicólogo, alguns
da internet, em redes sociais, no Google e outros tantos buscam tudo isso no
outro, sim, acreditam que o outro pode lhe fornecer e o fazer entender.
Claro dentro das evidências, provavelmente nosso primeiro
amor, provavelmente tenha sido o maternal, inclusive pela necessidade que
teríamos de se alimentar, precisamos demonstrar nosso carinho e amor pela mão
(no caso pelo seio que nos alimentava). Dependendo de como éramos tratados
passamos a cultivar este sentimento (amor, ou não) por outras pessoas do nosso
meio, pai, irmãos, avós, e passamos a nutrir uma afeição maior ou menor.
Então, num determinado momento de nossas vidas olhamos no
sexo oposto (ou não) e sentimos algo diferente, uma necessidade de uma
aproximação, algo que mexe conosco. Em alguns casos existe uma interação, uma
palavra, em outros casos um aperto de mão, um abraço, até um beijo, pode até
passar disso, na maioria das vezes não. E em muitos casos as vezes este “amor”
é platônico e outro lado nunca irá saber.
Então pela primeira vez, temos esta sensação, este
sentimento e na maioria das vezes temos a consequência dele, que é a perda, as
vezes sem nunca ter. Paradoxo? Não. Porque tudo o que acontece em nossas
cabeças, por mais conflitante que pareça para nós é real, e para muitos,
passado muito depois não terá certeza se foi real ou não, mesmo nunca tendo
sido.
Bem, entenda-se bola como esportes em geral. No caso a bola
porque em terras tupiniquins o futebol é o esporte principal. Desde sempre os
brasileiros até por não ter tantas coisas para se orgulharem e com ajuda da mídia
passaram a acreditar que éramos os melhores neste esporte, melhores do mundo.
Talvez durante um certo tempo conseguimos alguma hegemonia e nunca admitimos
perder e quando isto ocorria achávamos uma injustiça. Só abaixamos nossa crista
aqui em casa nos sete a um para a Alemanha. Então passamos a acreditar que já não
éramos os melhores do mundo.
Sempre fui contra (quem sou eu) da realização da Copa de
Mundo de futebol, assim como as Olímpiadas aqui no Brasil, e os resultados
mostram que não houve nenhum “legado” tão propalado, e se houve alguma coisa
foi “digerido” pelos problemas ocasionados e claro não foi o item principal,
mas tem uma parte significante no resultado que hoje o Brasil está vivendo. A
realização da Copa aqui contribuiu para levar nosso País a “bancarrota”, mas
não é disso que quero falar, isto fica para outra oportunidade.
Quando falo de cultura da bola, porque o interessante que
entre os esportes que melhores pagam os atletas através de seus clubes e patrocínios
entre os quinze primeiros apenas um não tem a bola como canalizadora. E apesar
de nós brasileiros entendermos que o pessoal do futebol ganha seus milhões e
são milionários outros esportes “pagam” muito mais, ou vejamos:
1.Roger Federer – Tênis – US$ 58 milhões - Suíça
2.Tiger Woods – Golfe – US$ 50 milhões – Estados Unidos
3.Phill Mickelson – Golfe - US$ - 44 milhões –
Estados Unidos
4.Lebron James – Basquete – US$ 44 milhões –
Estados Unidos
5.Kevin Durant – Basquete – US$ 35 milhões –
Estados Unidos
6.Rory Mcllroy – Golfe – US$ 32 milhões – Irlanda do
Norte
7.Novak Djokovic – Tênis – US$ 31 milhões - Sérvia
8.Rafael Nadal – Tênis – US$ 28 milhões – Espanha
9.Cristiano Ronaldo – Futebol – US$ 27 milhões –
Portugal
11.Kobe Bryant – Basquete – US$ 26 milhões –
Estados Unidos
12.Maria Sharapova – Tênis – US$ 23 milhões – Rússia
13.Lionel Messi – Futebol – US$ 22 milhões –
Argentina
14.Usain Bolt – Atletismo – US$ 21 milhões –
Jamaica
15.Neymar – Futebol – US$ 17 milhões – Brasil
Algumas curiosidades sobre esta lista: O Tênis é o esporte
que melhor paga, seguido pelo golfe, acho que ainda está na hora de eu aprender
uns desses dois esportes, só pra colocar as bolas nos buracos certos o tal
Tiger Woods ganha mais de 3 vezes o que o Neymar. Podemos ver que apesar dos
Estados Unidos ainda ter 5 entre os 15, e ter a maioria, não é absoluto existe
uma democracia entre os esportes. Apesar de toda a badalação por nós com o
futebol o atleta mais bem pago em 2015, Cristiano Ronaldo é apenas o nono entre
todos. Nunca nos meus melhores ou piores sonhos poderia imaginar que um jogador
de críquete (aquele da rainha má da Alice) estivesse entre os 15 mais bem pagos
do mundo. Lionel Messi com suas 5 premiações como o melhor do mundo no futebol
ocupa a décima terceira posição e ganha menos que a russa Maria Sharapova. E por
falar na russa, poderíamos dizer que existe uma discriminação, que o esporte é
machista, uma única mulher entre os 15 mais bem pagos. Entre os esportistas
apenas Usain Bolt, o jamaicano não tem a bola como parte do seu esporte. E por último,
o mais “pobrezinho” está o brasileiro Neymar.
Bem, onde quero chegar com tudo isso, na verdade em lugar
nenhum apenas colocar alguns pontos nos “is” porque somos acima de tudo “burros”.
Já vi muitas vezes em redes sociais e até pessoas “midiáticas” falando da
injustiça do futebol, claro todos se limitam a acreditar que só existe o
futebol como esporte. Como pode um jogador de futebol ganhar milhões e milhões
e a maioria de nossa população ganha um salário de miséria e outras tantas
asneiras. Então vamos esclarecer, porque um esportista, quer seja aqui no
Brasil ou em qualquer parte do mundo até na Índia pode ou não ganhar milhões. Simples,
alguém paga por isso. Vamos nos limitar apenas aqui no Brasil, porque alguns
jogadores ganha milhões? Porque o “torcedor”, aquele mesmo que acha injusto,
que ganha uma miséria gosta de futebol, nem precisa ir no estádio, pelo simples
fato de ligar a TV na Globo ou qualquer outra rede já está dando IBOPE para a
televisão que comprou os direitos de transmissão que serão repassados aos
jogadores, e ela vai ganhar com a publicidade, e aquela cerveja que o injustiçado
está bebendo tem um percentual que vai para a rede de Tv que vai para o
jogador. Tudo se trata de lei de oferta e procura, acha injusto o jogador
ganhar muito, simples, pare de ir ao estádio, não compre camisas e outros souvenir
com a marca do seu time, não assista Tv com jogos de futebol, não compre os
produtos que patrocinam o seu time ou qualquer outro e também não compre
produtos que fazem publicidade na TV nos horários de jogos. Pronto se todos
fizerem isto não haverá mais injustiças do Brasil. Claro isto é uma piada, no
caso da injustiça.
E para finalizar parem de falar besteiras sobre injustiça,
vejam as verdadeiras injustiças que os nossos políticos cometem no dia a dia,
onde eles não precisam serem nenhum esportista para ganhar milhões nas
falcatruas mostradas toda hora na mídia.
Shakira - Waka Waka (This Time for Africa) (The Official 2010 FIFA World Cup™ Song)
“En passant” comentava ontem que o rock se trata de uma
cultura ocidental, quando se fala neste sentido podemos confirmar que se trata
de uma cultura norte americana. Quer queiramos ou não, apesar das “brigas”
homéricas, dos gritos do anti-imperialismo de nós mesmos brasileiros, a cultura
americana predomina em quase todo o mundo, desde do dólar deles, da língua (que
é diferente da inglesa), da comida, dos governos, da música, ou seja de tudo,
tem o dedo e as vezes a mão grande deles.
Nada escapa, além de serem competentes, tem um grande marketing,
hollywood divulgando e difundindo e confundindo a cultura deles para o mundo
inteiro, e nós consumindo de forma desvairada e sem nenhuma vergonha.
Não. Não sou nem um pouco anti-imperialista, muito pelo
contrário consumo de boa toda a cultura deles, mas por nenhum motivo tive
intenção de mudar do meus Pais e querer lá morar apesar dos cruzeiros,
cruzados, cruzados novos, real, Lula e Dilma, não acredito que a curto prazo
algo mude, mas nunca tive este desejo de mudar de endereço.
Dentro de tudo que os americanos difundiram a internet
talvez tenha sido algo onde apesar de usarem ao seu favor, o mundo inteiro
passou a usar também para divulgar e espalhar a suas culturas, para o bem e
para o mal, veja o E.I e ou para apresentar coisas boas, musicas, talentos
escondidos, muita bobagem também.
Mas, se fosse vinte e poucos anos atrás dificilmente este
coreano “maluco” teria conseguido pelo menos por algum tempo fazer o mundo
inteiro dá uma olhadinha.
Quem sabe o império não esteja em declínio. O problema é
saber quem irá substitui-lo se for o caso.
“Gosto” musical é igual a felicidade, é tudo muito pessoal,
claro uns são mais felizes ouvindo rock e outros por incrível que pareça são
felizes ouvindo sertanejo. Então vamos ficar no pessoal feliz do rock.
Claro, dentro da chamada cultura ocidental o rock nasceu nos
Estados Unidos e por incrível que pareça teve suas raízes lá atrás no country e
no blue e no final de 1940 e início de 1950 já tínhamos o rock definido como
estilo próprio.
A partir daí se várias vertentes, psicodélico, garage,
power, beatinic, folker, progressivo, hard metal, punk, new wave e por aí vai.
Comecei a gostar do rock com o pessoal da época e talvez o
período diria mais criativo do rock com Nazareth, Led Zeppelin, Kiss, Queen,
AC/DC, Aerosmith, Alice Cooper, um pouco antes o Pink Floyd, e depois com o
pessoal Bon Jovi, Guns, Skid e outras tantas.
Poderia até dizer que sou um eclético para gostos musicais,
assim ficaria em cima do muro, mas não é verdade, posso até ouvir isso ou aquilo,
mas a preferência é sempre o velho e bom rock, então isso acaba fazendo lembrar
por ser bom e velho os seus intérpretes já estão assim com uma idade bem
avançada assim como o “pessoal da época” e aos poucos começam a abandonar o
barco do mundo terra. Esta semana lá se foi o David Bowie, e uns tantos outros
parecem imortais, Mick Jagger com seus 72 anos que sabemos que vão daqui a
pouco.
Na boa, gosto muito de rock e deste pessoal todo, mas não
vou ligar se todos forem antes de mim.
LMFAO - Party Rock Anthem ft. Lauren Bennett, GoonRock
O mundo mudou e para não parecermos dinossauros somos
obrigados a acompanhar, a evoluir e até “involuir” em alguns casos para
podermos ficar na altura de algumas pessoas mais jovens.
Não se trata de saudosismo, não sou disso, mas por vezes gosto
de olhar lá atrás na minha adolescência onde de certa forma éramos todos
“porras locas”, entretanto tínhamos muito mais consciência do que a juventude
de hoje.
Tínhamos nossas regras, tínhamos nossas rixas, se você era
de um bairro tinha de ter cuidado com a “turma” do outro lado, entretanto as
brigas corriam soltas, mas de boa só no braço, tinha sangue, mas ninguém matava
ninguém. E não precisava muito motivo
não, era só dois bandos se encontrarem o braço corria solto. Naquela época
respeitávamos as mulheres, e elas se respeitavam, tudo era consensual.
Respeitávamos outras etnias, negrão não se importava de ser chamado de “negão”,
japonês era japa e pronto. Ninguém ligava muito se de ser chamado de “viado”, nem
os gays, era tudo de boa.
Lógico, uma das coisas que ninguém admitia era ter a mãe
xingada, aí a coisa ficava feia. Fora isso o resto a gente tirava de letra.
Tinha o pessoal que gostava de dá uns tapas, mas a maioria ficava na bebida
mesmo. E ninguém ficava bêbado o bastante para perder a linha, os colegas não
eram traíras e “cuidavam” do bêbado. Isto tudo porque era proibido vender
bebidas para menores. Nisso nada mudou.
E apesar de tudo isso, o nosso maior sonho ainda era
completar 18 anos de idade, todos queriam ser maiores. A gente quer
crescer e quando “cresce” tudo fica foda, passamos a ser “responsáveis” e
então todos os problemas começam e nunca mais acabam.
Putz, deixa eu dormir mais um pouco, acorde-me quando tudo
melhorar ou assim que eu complete 18 anos
Dentro do código do mentiroso (a) a pequena mentira, ou
chamada mentira inconsequente, ou até a chamada mentira social não podem serem
consideradas mentiras. Dentro da lógica do mentiroso compulsivo ou até daqueles
que a utilizam apenas como sobrevivência alegam que algumas mentiras podem e
devem ser consideradas como mentiras “boas” ou justificáveis, afinal elas
existem com um único objetivo, proteger alguém, pois caso a verdade aparecesse
o estrago seria grande, as vezes imensurável.
Dentro desta lógica, do outro lado temos pessoas passivas,
as vezes até inocentes mesmas, mas na maioria das vezes utiliza do expediente
de não querer saber. Então a verdade para muitos passa a ser um martírio e a
ignorância uma dádiva.
O ser humano desde que passou a ser senciente trouxe para si
o sofrimento e a felicidade através do sentimento e neste momento passaram de
certa forma a querer enganar estes sentidos para si e para os outros então
passou a mascarar esta condição e passou a mentir.
Todo mundo mente, esta é uma afirmação sem medo de errar,
tão certo como haverá um novo dia após a noite, faz parte do ser humano. Claro
alguns mentem pouco, mentem de forma sucinta, tem critérios para mentir e
outros fazem por necessidade e outros tantos de forma compulsiva mesmo e ainda
acreditam na própria mentira.
A verdade pode até libertar, mas as vezes causa muito
estrago, pergunte ao pessoal da lava jato.
Gostamos das frases feitas “Eu me fiz sozinho” ou “Cheguei
onde cheguei (que pode ser lugar nenhum) mas graças a mim”. Não nego, tenho a
minha vertente individualista, um certo orgulho besta de quase (ênfase no quase)
nunca pedir ajuda para ninguém e tentar resolver do meu jeito.
Bem, vamos inicialmente separar bem as coisas, acho sim que
vivemos num mundo interdependente onde hoje o “networking” é uma grande
ferramenta para aproximar pessoas que precisam e podem se ajudarem mutualmente.
Assim, como na área profissional em outras áreas da vida a cooperação é sempre
bem-vinda. Entretanto devemos estar atentos aos aproveitadores de plantão que
ficam a vida inteira dependentes, sempre no venha a nós.
Lembrava eu que apesar de trazer comigo este “orgulho besta”
de não gostar de pedir ajuda durante a minha vida sempre me deparei com pessoas
que de certa forma me deram a mão, em momentos difíceis, claro outras nem
tanto, sumiram, desapareceram.
O excelente de tudo é a gente nunca precisar, mas é muito bom, se e
quando precisar poder contar com a ajuda de outras pessoas para nos apoiarem,
nesta vida nem tudo sabemos do passado, e ainda estamos aprendendo com o
presente, então é sempre deixar as portas abertas para o futuro, pois quem sabe
de quem vamos precisar.
Neste quesito, vamos falar de dois tipos. O primeiro trata-se daquela loucura que na
verdade trata-se mais de uma vergonha alheia. Onde o parceiro (a) acredita que
ama muito o outro (a) e então acredita que deve fazer algo para causar emoção,
sim, fazer o outro chorar de preferência, afinal emoção sem lágrimas é chato.
Então ele (a) parte para preparar a homenagem onde a data
especifica pode ser o aniversário de nascimento da vítima, ou de namoro, ou
casamento, ou até mesmo do primeiro beijo. Então datas não irão faltar para
aquele que “ama” aprontar pra cima do outro (a). Normalmente procura uma destas
“empresas” que tem por especialidade cometer estas “loucuras” e ainda ganham
para isso, tem sempre uma Kombi, um furgão e nos casos mais sofisticados uma
Van devidamente caracterizada com as cores mais estapafúrdias que possa (não)
imaginar, com som muito alto e bem caracterizada em letras garrafais para que
ao mesmo tempo que tortura a vítima ainda se faça um marketing.
Neste caso a vítima, o “amado (a) ” provavelmente esteja
trabalhando, ou mesmo more em um condomínio. Então em algum deste momento a
Kombi estaciona na porta do seu trabalho ou condomínio e desce o locutor com
voz de Silvio Santos, coloca o som no ultimo e pronuncia. “Fulano (a) você está
aí? ” “Aguarde que vamos lê uma mensagem
do seu amor sicrano (a) de tal nesta data que representa tanto para você”. Tudo
isso com um fundo musical, na maioria das vezes um sertanejo. Em alguns casos
tem fogos de artifícios, em outros tem uma ou duas dançarinas e chega a ter
caso com banda ao vivo.
Então neste momento a vítima não sabe o que fazer. Primeiro
daria tudo para não ter o nome que foi anunciado, e em segundo lugar gostaria
muito que um grande buraco negro aparecesse e ele (a) pudesse sumir, de
preferência para sempre. Mas, o mal já
está feito, os colegas e ou vizinhos já identificaram a vítima e ela não tem
para onde fugir.
E isto acontece até em programas de auditório aos domingos.
Quem de sã consciência quer fazer o seu amor passar por tudo isso? E ainda
achar que é uma prova de amor? Se algum dia alguém fizesse tal presepada comigo
com certeza qualquer sentimento que houvesse terminaria neste momento. É
loucura demais.
O outro caso, trata-se de algo mais sério, mas também banal,
onde quem “ama” acha que outro precisa entender o quanto, então resolve fazer
loucuras onde consegue deixar marcas profundas para sempre. Aquele que acha que
para amar e ser amado precisa de provas e dar provas, e para tal comete
barbaridades, se corta, sangra e olha no fundo dos olhos do parceiro (a) e diz “eu
prefiro morrer do que você não acreditar no meu amor. Eu quero dar provas do meu amor, e quero gritar
para os quatros cantos o quanto te amo”.
Nos dois casos acredito que seja algo assim um tanto
patológico, no primeiro caso apesar de hilário é constrangedor, e no segundo
caso além de ser constrangedor trata-se de algo mais grave, psicótico.
Não acredito que quem ama precisa dar provas de amor, porque
o outro deve “sentir”, e será o bastante, ou não.
Nosso livro da vida é escrito a cada dia de nossa existência.
De coisas boas e outras nem tanto.
Em alguns filmes de ficção que gosto de assistir, vez ou
outra o tema é abordado, onde por intermédio de uma tecnologia futurista as pessoas
podem apagar coisas do seu cérebro, ou seja, provavelmente fatos que causaram e
ainda causam dor, assim seria como se nunca tivessem existidos, pelo menos as
marcas não visíveis “nunca” teriam ocorrido.
Mais uma forma de buscar a felicidade.
Em outros casos, o nosso cérebro (que de certa forma é
burro) poderia em algumas lacunas serem preenchidas por lembranças jamais
realizadas, tipo uma viagem magnifica, um amor inexistente, ou outras coisas
que nos trariam sempre boas recordações.
Bem, e o mais “impossível”, a volta ao passado com intuito
de apagar certas páginas e reescreve-las de uma outra forma que não causasse as
consequências nefastas no presente, ou uma carga difícil de transportar.
Claro, tudo isto é ficção, mas, quem nunca? Por um momento
não imaginou em poder mudar o que já tenha feito para obter novos resultados?
Então como tudo seria fácil quando já sabemos o resultado.
Não nego, também já pensei, mas volto a realidade muito
rápido. Porque sempre penso que o caminho a ser trilhado por uma outra decisão
não quer dizer que as consequências poderiam ser melhores. Poderia ser
exatamente o contrário, então fico até satisfeito pelas minhas escolhas, pelo
caminho que trilhei. E penso que o amanhã sempre é uma página em branco, que
enquanto vivo estiver não poderei deixar de escrever, e sempre as minhas
escolhas vão continuar me levando para algum lugar. Bom ou mal, mas que eu
escolhi.
Então vamos lá, vamos ver a surpresa do dia, papel e caneta
na mão.
Deixa que digam, que pensem, que falem, deixa isso pra lá,
vem pra cá, o que que tem?
Então, Jair Rodrigues já cantava em versos a mania que temos
em acreditar que estamos isolados e que não somos obrigados a dá satisfação
para ninguém. Claro, para mim este seria o mundo perfeito, faria o que bem
entendesse, do jeito que quisesse, onde tivesse a fim, podia na boa infringir
algumas ou mais regras e ainda seria ovacionado como um cara que tem
personalidade.
Eu vejo nestas tiradas, uma grande babaquice. Vivemos em
sociedade, acreditamos que somos donos de nossos narizes, e nem disso temos
posse. Estamos dentro de um meio empresarial, de sociedade, de povo, de ser
humano, e vivemos dentro de regras colocadas não com o objetivo de cercear nosso
livre arbítrio, mas, sim de colocar limites em nossas imbecialidades.
Nos temos os freios, pois não sabemos ser livres, não
somos. Precisamos que tenha alguém sempre dizendo o que fazer, caso contrário
fazemos besteiras. Quem erra menos são aqueles que conseguem melhor entender as
regras e tira o melhor proveito delas.
Muita gente tem verdadeiros orgasmos quando imaginam, quando
veem certas pessoas que são “diferentes” fazem coisas absurdas, surtam, gritam,
falam que são reacionários, que querem livrar as pessoas dos cabrestos destes
governos opressores. Então se drogam, bebem de forma desvairada, morrem de
overdose. Então morrer de overdose é o clímax para um reacionário e para
delírios dos seus fãs.
Não sou cara e nem careta, acredito sim que temos de fazer
valer o nosso livre arbítrio para consertar o que não está bom, mostrar outra
visão de tudo que aí esta, buscar novos caminhos, mas para fazer isso não
precisamos parecer loucos, fumar maconha e beber até cair.
Desde pequeno Léo ouvia dizer que tinha nascido para ser o
orgulho da família. O pai, no estilo o que importa é o que parece ser, então, o
negócio é sempre parecer que está por cima da “carne seca”. Não importa se o
carro está financiando e as prestações atrasadas, mas não pode andar de ônibus,
e o carro tem de ser bom, nada de “popular”, o negócio é mostrar para
vizinhança que tem de tudo e do bom, que se foda o cheque especial, sempre tem
um jeito de dar um golpe, hoje em dia dá até trocar o CPF.
Filho meu tem de ser macho, desde pequeno, não tem problema, está
liberado, pode passar a mão da amiguinha, pode beijar na boca, de boa. Afinal é
macho, e macho faz isso, afinal a mulherada está aí pra isso, dão mole mesmo e
tem de passar o rodo.
Tem de beber, desde pequeno já pode tomar uns goles da minha
cerveja que é pra ir sentindo o gosto, e se quiser fumar também pode.
E mais, tem que partir para briga, não pode dá mole pra
vagabundo nenhum, pode até apanhar mas não pode fugir, e sem essa de dialogar,
o negócio é decidir no braço, se não dá vai no ferro, vai na faca e se precisar
detona.
E mais, sem essa de igualdade, macho é macho e viado é viado,
então nada de ser mole, não vacila, passa o ferro na bichinha.
Macho que é macho não dá satisfação, não se apaixona, nunca faz
amor, faz sexo, não é sensível, isso é coisa de mulher e de gay.
E desde sempre Léo viveu esta situação, aprendeu com o pai e a
benção da mãe, cresceu do jeito que foi ensinado a ser, e se tornou o terror da
vizinhança (faroeste caboclo).
E aos vinte e poucos anos de idade encontrou alguém, que
desmontou tudo que sua família tinha ensinado, mesmo indo contra tudo que tinha
“aprendido” sentiu que podia sentir e entendeu que as pessoas podem ser
diferentes sim, e podem viver e conviver, não precisam serem superiores e
mostrar que são o que não são, então hoje o nosso macho alfa não é assim mais
tão macho e nem tão alfa, poderia até ser um macho mais ou menos, mas no fim
acabou descobrindo que antes de ser macho o mais importante era ser homem.
Ops! Em tempo, esta é uma história de ficção, não existem pais
assim.