A vida tem dessas coisas, não existe almoço de graça já dizia não sei
quem, se você come, alguém está pagando por isso, se não foi você alguém pagou.
Então, não tem jeito, trabalhar é preciso.
Uma necessidade básica, não importa se o mundo é capitalista,
socialista, ou a nomenclatura que se queira dar, no passado e no presente, no
futuro não sei, mas precisamos dispor do nosso tempo fazendo alguma coisa que
irá agregar quer seja algum bem material, dinheiro, ou até o almoço do dia.
Tudo bem, alguns entendem que é melhor tirar dos outros, mais fácil, e
ainda tem aqueles que usam do discurso que é “normal” afinal não tive as mesmas
chances que o outro, então, posso roubar.
Tem tantos outros que o trabalho é apenas um mero disfarce para
conseguir atingir outros objetivos, as notícias não param sobre as corrupções
que assolam a vida pública com os políticos e a privada, onde volumes
incalculáveis de dinheiro serviram para enriquecer uma cambada de políticos,
homens públicos ilibados, ídolos de ouro, que se aproveitaram do poder para
desviar milhões, bilhões, e isso é apenas a ponta de tudo que se seguiu e ainda
há por vir.
E na outra ponta, apesar do brasileiro de certa forma está acostumado
com tantas crises, vê aos poucos escorregando pelas mãos oportunidades, portas
de fechando. Aquele que ainda trabalha a todo instante esperando que a sua hora
vai chegar.
O medo de perder o emprego é epidêmico, as pessoas sabem que precisam
vender suas horas em troca do “almoço”, quando se fala em crise, a coisa se
torna patológica, como sustentar os filhos? Onde morar? E por aí vai.
Muitos jovens ainda não conseguiram entrar no mercado de trabalho e vão
ainda demorar para conseguir, tantos outros já com certa idade sabem que é
difícil recomeçar e perdendo o emprego estão fadados a uma vida difícil
dependendo dos filhos, estes que provavelmente já terão outras prioridades que
não será seu pai.
Então, nisso tudo, se estivéssemos passando apenas por uma crise
econômica, como tantas outras, olhando no fim do túnel e vendo esperanças a
revolta não seria tão grande. O problema que o nome dessa crise tem nome e
sobrenome, tem todo o fator de corrupção envolvido, muita gente delapidando
tudo que aí estava com um sonho de poder eterno. Pode até ser que teríamos
problemas, estaríamos revoltados, sem motivos para comemoração, entretanto hoje
temos consciência que tudo que está acontecendo já tinha sido previsto com
riqueza de detalhes por qualquer economista mequetrefe ou qualquer cidadão de
bom senso.
A nossa situação é fruto de roubalheira deslavada, incompetência
administrativa e política principalmente dos mentores desta política desastrosa
e descaradamente sem vergonha. Vivemos num País onde se fala muito e pouco se
faz, a chamada oposição com telhado de vidro late muito, mas não morde. E
estamos sendo de certa forma “governados” pelo judiciário, que apesar das boas
intenções, quando se vê com muito poder, como todos outros começa a cometer
deslizes.
Preciso de alguma coisa, de um sinal, que possa
melhorar e eu possa festejar, enquanto ainda tenho trabalho.
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