Minha avó do lado da minha mãe era católica apostólica
romana, eles gostavam de chamar assim, e também uma devota de Padim Ciço, que
nunca foi santo e inclusive acabou perdendo os seus direitos canônicos e acabou
pouco tempo atrás recuperando e já pensam em transforma-lo em santo, estas
coisas da política. Voltando ao assunto em questão, minha mãe também católica,
fervorosa, daquele negócio de terço em casa, procissão de Nossa Senhora, de
Nosso Senhor e por aí vai. Todas participantes da igreja, cumpridoras dos
deveres rituais, e por fim, acreditavam em Jesus Cristo e tinham uma fé
inabalável. Do lado do meu pai, até pela
descendência italiana também eram todos católicos, mas, assim não tão
praticantes, mas tinham fé, até meu pai peguei ele rezando por vezes ou outra.
Logo fui, assim como meus irmãos, batizados, comungados e crismados no
catolicismo, e pelo que sei ninguém ainda mudou de religião.
Claro, eu, assim como meus irmãos, guardadas as devidas
proporções, não quer dizer porque não “trocamos” de religião que temos fé
inabalável e participamos das rotinas da igreja. Da minha parte, me afastei
muito, e me tornei um eremita no meio assim de tanta religiosidade, e aos
poucos pude ver todos meus filhos antes católicos também se tornarem
evangélicos e de certa forma serem todos movidos por muita fé, se dedicando de
corpo e alma por uma das igrejas que ingressaram, assim, cada um num partido.
Então, dentro da minha família sou um alienado, alguém que
não entende, se eu estivesse no filme de Harry Porter seria o “trouxa”, então
depois de muitos anos fiquei descrente
com tudo que ai esta, acho que a religião da forma com que é colocada,
da forma que é dirigida, tanta a católica como a evangélica, principalmente por
esta última, como não existe um comando
geral e cada célula “trabalha” por conta própria procurando arrebanhar seus
fiéis a todo custo, acaba alienando as pessoas,
acreditando não haver “vida” fora da religião, quem tem outros dogmas e
outras crenças não é boa pessoa, quem diz que não acredita em Deus é o próprio
demônio se manifestando, e quem acredita em outro Deus, este já não tem mais
salvação se não se converter a fé cristã, a única verdadeira.
Apesar de todas as minhas ressalvas, existe algumas coisas
boas que a religião consegue fazer, desde que esteja administrada por pastores
sérios, objetivando o bem comum, desde que ela aja com objetivos sólidos e com
ensinamentos verdadeiros mesmo que as vezes sejam mal interpretados.
Por que estou dizendo isso, então, dentro da época que
estamos vivendo, onde se fala muito em tempos líquidos onde os sentimentos são frágeis, a troca é constante, onde o verbo “ficar”
tomou uma outra conotação, onde ninguém é de ninguém (também não precisava ser)
no sentido que os sentimentos como as pessoas são descartáveis, com tudo que ai
esta, o mundo virtual acabou assumindo a frente das relações para o bem e para
o mal. Então eu me deparo com estas religiões acabam ainda entre os seus
instituindo a figura do propósito, onde o homem e a mulher se conhecem, se
aproximam, fazem entre eles um “propósito” de se conhecerem por um período curto,
onde o conhecimento apenas passa pelas atitudes, pelos comportamentos, o
passado, o presente, procuram afinidades, observam defeitos e havendo um
interesse mútuos realizam estre propósito por um período mais longo perante as
famílias, onde vão se preparar tanto espiritualmente, como emocional e
financeiramente para assumirem uma vida em comum, e isso tudo, durante todo
este período sem que aja a chamada conjunção carnal. Nada de sexo.
Mais ou menos voltamos ao passado, onde mulher e o homem
deveriam se “guardar” para consumar o encontro carnal após o casamento.
Então, sei lá, ainda existem pessoas que querem viver em
tempos mais sólidos, ou não.
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