É claro que no início de uma relação existe uma beleza do
desabrochar do amor. Nos momentos de paixão, dizemos coisas belas, que são
reais naquele instante... Mas, apenas naquele instante.
Com o tempo, as mesmas coisas ditas se tornam obrigações a
serem mantidas, criando tensão no relacionamento. Começamos, então, a lançar
mãos de pequenas mentiras para evitar conflitos. E, sem perceber, passamos a
viver um amor de mentira.
Você certamente já ouviu algumas destas frases:
- Claro que adoro visitar sua mãe, sei como é importante
para você.
-Eu nunca tive tanto prazer com alguém.
Aos poucos as mentiras vão crescendo e começam a destruir o
amor:
-Não sei aproveitar um passeio se não for como você.
-Nunca senti por ninguém o que sinto por você.
Uma coisa leva a outra e, quando menos se espera, você está
preso em um emaranhado de mentiras. Afinal, já que você “nunca teve taaaaaanto
prazer com alguém”, dos dias que não estiver a fim, vai se sentir na obrigação
de pelo menos fingir que está. Já que você “adora visitar sua sogra”, vai se
obrigar a fazer cara de feliz mesmo quando estiver “por aqui” daqueles almoços
em família.
Como eu já disse, é lógico que as pessoas não aguentam
mentir e fingir o tempo todo. Chega uma hora que cansa, não há mais
escapatória, não há mais como esconder os sentimentos. Quando um dos dois
começa a querer sair sozinho com os amigos, vêm as cobranças: “Você disse que
só curte passear comigo, e agora vive saindo e me largando em casa? ”
Com tantas mentiras, cobranças e brigas, o relacionamento
chega a um ponto que os dois não aguenta mais, e vem a separação.
Talvez, lendo isso, você logo pense: “Mas eu não minto! ”
Será que não: Segundo Osho, “99% das coisas que nos rodeiam, são mentiras. Mas
você se sente confortável com elas, sente-se acomodado. A verdade é que
incomoda porque requer uma mudança radical”.
Olhas as histórias de outras pessoas pode ajudá-lo a
perceber como funciona o mecanismo de mentir para si mesmo:
“De cada namorada eu
exigia a mesma paixão, a mesma entrega, que ela me desse de volta toda a
energia que eu estava dando. Assim, eu me sentia completamente preenchido. Mas
era como tomar vinho quando se está com fome: a carência ainda estava lá, e
aumentando, sem que eu me desse conta. A paixão acabava, mas o relacionamento
se arrastava por meses, sem cor, sem emoção, até surgir outra pessoa. Foi duro
ver que muito desse comportamento era para ter atenção e amor totais de uma
pessoa por mim, coisa que não tive dos meus pais. Eles não me deram todo o amor
que eu gostaria de recebido deles”.
Viu como é sutil? Como a gente nem percebe quando está
mentido? Permita-se agora investigar mais profundamente a história dos seus
amores. Olhe mais uma vez para as relações passadas e lembre-se dos pequenos
detalhes, dos momentos em que você não sentiu à vontade, em que alguma coisa
parecia desconfortável.
Talvez aí estejam as pistas de que você, muitas vezes, não
foi verdadeiro consigo mesmo nem com o outro. A gente pode inventar mil
disfarces, mas o fato é que o coração sente mesmo aquilo que não está
escancarado. O coração é sábio. Impossível engana-lo.
Trecho do livro de
Prem Milan – Por que você mente e eu acredito?
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