Estudei e me formei pela Universidade
Estadual de Londrina, era uma universidade pública, mas não gratuita. Sempre
acreditei que o nosso País onde os recursos sempre foram escassos,
principalmente para a educação, estes recursos seriam melhores aproveitados se
o estado como um todo, federal, estadual e municipal investisse na educação
fundamental e média. Curso superior não seria obrigação do estado. Simples
assim.
Na época, as mensalidades não eram nenhum
absurdo, afinal o meu curso não era de tempo integral, e ainda noturno, ou
seja, fiz o que podia fazer, era o que tinha “pra hoje”, então meus pais não
pagaram minha universidade, eu paguei meus quatro anos e mais um pouco, e uma
certeza eu tenho, tínhamos um ensino muito melhor que hoje está por ai, com
salários defasados dos professores em relações as particulares, a universidade
toda sucateada, gratuita sim, mas deixando muito a desejar em vários aspectos.
Esta semana que passou um professor da
UEL de filosofia, Aguinaldo Moreira, resolveu fazer uma representação teatral
com a participação de seus alunos, a ideia era abordar o holocausto nazista. E
para os estudantes entrarem no personagem, e dá o clima, tipo vamos lá pessoal
tomar um banho coletivo (isto era os nazistas chamando os judeus), todo mundo
fica pelado e vamos tomar banho (câmara de gás). Os alunos ficaram então assim
todos pelados para fazer a representação. E ainda relembrando as imagens do
massacre do Carandiru onde todos estavam pelados no pátio, resolveram também
discutir isso. Claro tudo pelo estudo.
O professor tentou justificar que eles
estavam ali retratando páginas horríveis de nossa história e as pessoas ficaram
prestando atenção em genitália. Um absurdo. Eles estavam ali falando de
assassinato, de morte e não de sexo.
Então, como moro em Londrina, estudei na
UEL (naquele tempo não discutíamos assim com tanta paixão), posso opinar ou
não.
Primeiramente nunca vi e não vejo como
algo natural que para discutir um assunto, mesmo que seja esse, seja realmente necessário todo mundo ficar nu. Segundo, apesar do assunto ser sério ou foi, pergunto
porque os alunos jogaram futebol? Isto fazia parte do holocausto? Ou quiseram
promover o curso de filosofia da UEL? Ou quiseram ter os minutos de fama por
fazer algo não assim tão inusitado, que é ficar pelado, afinal no carnaval todo
mundo fica.
Na boa, não havia a necessidade de fazer
esta propaganda para a UEL, nem para o curso de filosofia, provavelmente
Sócrates e Tales apesar da depravação da época, nos dias de hoje não estariam assim tão de acordo com esta representação midiática. Iriam fazer um bacanal
com a participação de Dionísio. E mais, imoralidade e amoralidade uma coisa
pela outra basta que o governo está fazendo com o Brasil.
Sei lá, acho que para eles terem uma
visão melhor disso e sentir na pele, poderia deixá-los alguns dias trancados
numa penitenciária, nem precisa ir muito longe, deixa eles aqui na PEL mesmo,
com certeza eles teriam uma ideia muito melhor do que é tudo isso, e nem
precisavam ficar deitados ali na grama, pelados. Putz isto deve ter coçado
muito.
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