Então,
as vezes a mídia consegue mexer com as pessoas, e o episódio (entre tantos
outros) do chamado estupro coletivo no Rio de Janeiro onde se deu lugar de
destaque, todo mundo passou a falar e comentar sobre a chamada cultura do
estupro, como se isso fosse uma verdade absoluta. O que não concordo.
Concordo
sim, e com anuência de grande parte das mulheres, com a cultura do machismo.
Onde para o homem pode tudo e para mulher nada, e ela aceita de forma passiva
toda a submissividade que é imposta, e as vezes procura, e homem quando não é
possessivo tem muitas vezes sua masculinidade questionada.
Desde
cedo os pais, tanto a mãe como o pai, este último principalmente. Este meu
menino é lindo, forte, inteligente, vai se dar bem com a mulherada, tem de
jogar futebol, nada de brincar com coisas de menina, se brigar na rua tem de
bater, não pode fugir da briga, tem de dar porrada, não pode chorar, isto é
coisa de bicha.
E
na sequencia o menino tem de ser pegador, tem de ter várias mulheres, afinal
homem é pra isso, macho, dono do pedaço, e mulher, bem, estas tem ser submissas
e fazer a vontade masculina. O homem é medido pela quantidade mulheres que
“pega”, mulher se torna uma mercadoria que tem de acumular, e as mulheres
gostam disso, adoram as músicas de funk e sertaneja cuja as letras inferiorizam
as mulheres na mais baixa escala social. E estes “pegadores”, “machos” são
aplaudidos e idolatrados por muitas mulheres.
Então,
quando mulher usa saia curta, shortinho colado, passa rebolando, são sedutoras,
tem este poder inebriante sobre os homens, então, não é macho, tem de partir
para cima, afinal mulher não pode ter este poder, não pode fazer isso e dizer
não, afinal o homem é o ser dominante, isto foi ensinado desde pequeno.
E
assim caminha a humanidade, dentro da cabeça do homem bicho, alguns não
conseguem processar tudo isso, como ser homem e ainda mostrar que é macho. O
que fazer e não fazer, como se comportar. Para alguns um passo além da linha e
entramos no terreno do estupro. Mas não posso entender como a cultura do
estupro. Mas, que muita coisa precisa mudar no processo de educação dos pais
para os filhos, isto precisa mudar e muito.
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