Poucas
pessoas lidam bem com a morte, de uma forma ou de outra, todos sabem que
existe, mas ninguém acostuma com a ideia que vamos morrer ou de pessoas por
quais temos algum sentimento, e estranhamente não damos a mínima pela morte de
estranhos, ela apenas nos agride quando está muito próxima e por quem gostamos.
Acredito
que inclusive com as pessoas que estão bem próximas dela, no caso profissionais
da saúde, socorristas, policiais, agentes funerários e até os coveiros também
não se acostumam com ela. Faz parte do dia a dia, mas de uma forma diferente,
digamos “profissional”.
Também
não gosto muito dela não, evito funerais, sei que existe, que está no dia a dia
mas o meu relacionamento com ela é apenas social. Paradoxalmente sempre tive
uma mania, já não tenho mais, provavelmente era uma “modinha”, gostava de
visitar cemitérios e igrejas. Provavelmente pelo seu silencio, imaginando nos
cemitérios quantas pessoas ali estão (seus corpos) hoje a cremação já e uma
realidade, imaginava o espirito, se realmente ainda estavam por ali
perambulando, tristes, vazios, podendo observar tantos vivos e não poder ter
nenhum contato. Também em alguns cemitérios, algumas sepulturas verdadeiras
obras de arte, mausoléus, conforto piramidal para os que já foram. Assim como
as igrejas com seus arcos, principalmente as antigas, construídas com muito
sacrifício, muitas ornadas com preciosidades, quando sua nave vazia, espreita
uma solidão, onde aparentemente vagueia por entre os bancos e pelas imagens
vultos de almas que por ali passaram e foram encomendadas.
Um
tanto fúnebre tudo isso. Concordo. Porém, hoje os cemitérios em sua maioria,
são assombrados pelos vivos, usuários de cracks, moradores de rua, ladrões de
sepultura, então, até a mágica no pouco que existia na morte está sendo
“enterrada”.
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