Ou
não.
Naquele
dia calmo, ele viu uma reportagem na televisão que tinha o título
“Ex-dependentes químicos encontram o amor na Cracolândia em São Paulo”, onde um
ex-dependente que se libertou do crack passou a atuar como voluntário na
cracolândia e conheceu o amor de sua vida. E assim nasceu uma linda história de
amor.
Apesar
da resistência inicial da sua parceira em fazer o tratamento, em nome do amor
ela conseguiu terminar e hoje vivem um grande amor apesar de pensarem o quanto
perderam nos anos de vicio.
Aquela
história de certa forma lhe fez a cabeça, então ele acreditou que estava neste
mundo para fazer alguma coisa de bom, e o amor existe em qualquer lugar,
inclusive onde ninguém vê nenhuma esperança.
Ele
não tinha nenhum vicio, de classe média, mas tinha tudo o que gostava, estava
de bem com a vida, mas achava que precisava se colocar a disposição da
comunidade para ajudar em alguma coisa, e sem pensar duas vezes, apesar de não
estar corrompido por nenhum desvio, resolveu ir até a cracolândia, não com intenção de
encontrar um grande amor, mas sim, dá o seu amor pelo próximo.
Hoje,
depois de ser assaltado logo no inicio da primeira conversa sobre o amor, ter
todos os seus pertences roubados, carteira, celular, a correntinha com a imagem
de Nossa Senhora, o seu tênis de marca e também ainda com um olho roxo e dois
dentes quebrados quando tentava argumentar que ele estava ali apenas para
ajudar. Então, ele já não pensa que pode haver amor em qualquer lugar. Pode até
ter, mas, esta bem escondido.
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